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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Entrevista com Fabiana Martins - Colegio Monsenhor Odorico

Blogueiras

Entrevistada: Fabiana Martins de Sousa

Acredito que muito ainda temos que fazer com a finalidade de possibilitar o desenvolvimento do hábito da leitura em nossa região. Sem dúvida, temos um quadro de excelentes profissionais que podem desenvolver bons trabalhos que incentivem o gosto pela leitura. Isso é algo positivo, mas a falta de projetos individuais ou coletivos nessa área de forma mais abrangente e a ausência de ousadia por parte de alguns para propagar a ideia de que ler é preciso, ainda atrapalha o desenvolvimento do hábito de ler na região. Precisamos de pessoas dinâmicas, criativas que possam criar meios de atrair os alunos e a sociedade em geral para participar de eventos literários. Não vemos práticas constantes, sólidas que incentivem o prazer da leitura. Precisamos criar ações que permaneçam, ou seja, que não sejam passageiras, que se um dia foi escolhido para ser dedicado à leitura que seja mais uma ação que venha somar a tantas outras desenvolvidas ao longo do ano.

Na Escola Monsenhor estamos sempre criando estratégias que possibilitem a prática de leituras prazerosas, em alguns casos, desvinculadas de qualquer obrigação. Temos aqui o projeto chamado “Ler e Escrever, muito prazer”, que tem como objetivos favorecer o desenvolvimento de competências e habilidades capazes de formar leitores proficientes e despertar no aluno o gosto pela leitura prazerosa. Um das ações desse projeto é fazer o controle mensal de empréstimos de livros da biblioteca da escola, pois as informações contidas nos Gráficos fornecem a estatística do número de empréstimos e de acordo com os resultados, podemos verificar se as ações propostas estão atingindo os objetivos do projeto. Dentro desse projeto, criamos os multiplicadores da leitura que consiste em separarmos um grupo x de alunos que gostam de ler e estes influenciam mais dez para ler um livro que gostou. Por sua vez, cada aluno que ler o livro tentará influenciar mais dez alunos a ler o mesmo livro e assim por diante. Essa estratégia faz parte do subprojeto “Clube da Leitura” que tem como objetivo geral incentivar o hábito da leitura prazerosa e, consequentemente, o desenvolvimento da escrita e da oralidade a partir da leitura crítico-reflexiva de obras da literatura brasileira e estrangeira.

O hábito de ler é extremamente importante para o aluno. Através dessa prática, terá uma visão crítica sobre o meio em que está inserido. Assim esse aluno será uma pessoa ativa, capaz de lutar pelos seus direitos e de cumprir melhor seus deveres como cidadão. Com isso, podemos dizer que esse indivíduo vai ter melhor chances em termos de vida, trabalho e meio social. A pessoa que não tem o hábito de ler corre o risco de ser uma pessoa alienada e viver à margem da sociedade.

Para incentivarmos o hábito da leitura, em primeiro lugar, o profissional que busca isso deve ser exemplo, não podemos exigir algo do aluno que não fazemos. Partindo dessa premissa, o profissional deve mostrá-lo, através de exemplos práticos, o quanto é importante para ele esse hábito para que gradativamente venha ter prazer na leitura e assim possa adquirir um hábito tão saudável. Quando temos uma visão mais ampla sobre o valor e a importância do ato de ler, podemos criar estratégicas que suavizem o impacto do processo de incentivo da leitura na vida do aluno de forma que não se torne um peso, mas seja sim uma distração.

A mensagem que deixo sobre esse assunto aqui abordado é: “Se cada indivíduo assumisse seu papel dentro do meio em que está inserido, o de incentivar o hábito da leitura, independente da área profissional que atua, alguma transformação iria acontecer na vida das pessoas ali envolvidas”.

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